Pai, Mãe e filha parte II

 

Fui trabalhar preparada para enfrentar grandes entraves e gente doida da cabeça.
Acontece que quando cheguei fui muito bem recebida e nem sequer me pediram identificação nenhuma mas eu levava o crachá bem visível na lapela da minha bata de serviço. Não me deparei com gente doida, bem pelo contrario uma família humilde e simpática, tanto o pai como a mãe aguardam estoicamente a partida da primogénita de ambos, não choravam mas a dor e o medo estavam bem estampados nos seus rostos. Não desejo a perda de um filho ou filha a ninguém.
Passei uma noite muito sossegada, e pude até dormitar um bocadinho mas sem nunca negligenciar a minha doentinha. Ela dormiu a noite toda, deve ter sido dopada pelas enfermeiras distritais já que a noite anterior ninguém teve sossego (segundo o relato dos pais que tinham os rosto vincados com os sinais a angustia e do cansaço), porque as dores eram atrozes, e os vómitos eram incessantes, por isso aquele casal de oitenta e sete e oitenta e seis anos de idade, estavam mais do que agradecidos pela minha presença naquela casa. 







Conversamos durante mais de uma hora até eles se irem deitar.
depois disso foi o sossego absoluto e gratificante.













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